UMA CERTA SOLANGE USOU UM VESTIDO VERDE

UMA CERTA SOLANGE USOU UM VESTIDO VERDE

Nunca me esqueci daquele vestidinho...!
Daquele dia, daquela noite, daquela festa e dele contigo!
Ah, aquele vestido...nunca me esqueci de sua cor verde-escura, 
‘Preta’, ‘púrpura’...
Seu decote em 'V' como o de Marylin, da surpresa em vê-la 
Em tão inimaginável peça para o seu gosto, da dança que nunca lhe pedi 
E da noite que nunca tivemos!
Mas não era você, e sim aquele vestido!
Ave aquela saia tão cheia de graça, gracejo e de ‘frisos’...!
Bendito é o casamento com aquele decote cujo fruto 
Fora aquele lindo vestido!
De tecido de sonho, loucura, gozo, e ‘gosto’ de borogodó e parangolé!
Ele era mini e rodadinho como a cirandinha dos meus até então 
Inda recentes tempos de criança, que deixei de ser no exato momento 
Em que a vi com ele e com ele a desejei!
Verde como a oliva do monte, lindo como os lírios do campo,
Dos Palácios de Salomão, e a tornando a minha ‘Rainha de Sabá’!
E ainda ‘novo em folha’ em minha mente apesar de ter se passado alguns tantos anos...!
Este é mais um poema sobre vestidos... 
Vestido que em delírios vi saltar junto ao sêmen da imensa glande
De um colega mais velho em meio a molecagem daquela ‘rodinha de masturbação coletiva’!
Me lembro que eras ‘evasê como a letra A’, mas seu decote era do mesmo 'V' de um ‘vértice invertido’ e do 'compasso aberto' de suas pernas entre a rua e o meio fio ao chamar seu afilhado também sentado por ali...!
Sua leve cara de embriaguez, seu sorriso, seu riso, aquele pratinho descartável,
Seu gosto e seu corpo que provei depois daquela festa ao sonhar!
Pelo tempo, ele já não deve existir mais, e se foi doado, 
Com certeza foi para uma pobre fada condicionada a existir só em Utopia!
Aquele vestido foi um dos primeiros vestidos pelo qual me apaixonei, quis casar e ter ou 'Confeccionar' lindos vestidinhos como ele!
Aquele vestido que não condizia com sua idade e falta de beleza,
Mas que combinou e muito com o meu gozo e puberdade!
Uma 'certa Solange’ usou um vestidinho verde-escuro...!
Que levou o afilhado na barra da saia, e o noivo por baixo dela!
Um certo vestido com decote em V e de recorte em A ‘de evasê’,
De oliva, de festa, sabor glacê e de você...de uma ‘debutante de trinta e pouco’...
E patrono desse meu onanismo também esvoaçante, ‘lacerante’, extasiante, religioso e infernal!
Vestido com decote em V de vestido, e de ‘Verão de 93’, de ‘tecido Solange Gonçalves’,
Da marca: ‘Madrinha do Fabiano’ e assinado pela minha poesia...
Um mini-vestido com V maiúsculo...
Vestido que me encantou, excitou e ‘deliciosamente traumatizou’!
E que ao cair em desuso ou não servir mais, guardei na cabeça, 
No cabide, na glande('outra cabeça') e numa gaveta junto com outros poemas e histórias da minha vida!

*MAIS DE MIM EM:
REINO LÍRICO (gustavoreymond.blogspot.com)

'Em algum lugar perdido entre pensamentos e lembranças'