Escrevo poemas no olhar das pessoas

Diz-me o copo que levas à boca
Que a força é uma dor por sentir
E que o corpo quer-se assim, anestesiado
Omisso do tempo.

Segreda-me o cigarro que queima entre os dedos
Os dias são repetições anunciadas
Derrotas sobre derrotas no peito acumuladas

E o futuro, é um déjà vu por acontecer.

Mostram-me os olhos o cansaço impresso na alma
Páginas de vida ou uma resma de folhas em branco
Onde são outros que ditam o que podes escrever
O que deves viver.

Escrevo poemas no olhar das pessoas...
E querem-te o corpo assim, anestesiado
Omisso da luta
Porque o futuro, é mais um déjà vu por acontecer.

silva.d.c
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