Fim de viagem
Estamos chegando ao fim da terrena viagem,
Percebemos pela sinalização da estrada,
Pela mudança dos horizontes e pelas madrugadas,
Por sentir cansado desta árdua empreitada.
Pelas enfermidades e desanimo desta caminhada.
A mente e o coração já não mais atende quase nada,
Os braços e as pernas doloridos, sem agilidade,
Ate a luz dos olhos é como uma ténue alvorada,
A coluna entorpecida com suas vertebras desgastadas.
Os prazeres e os manjares da carne é certeza malograda,
Não tenho dúvidas, é a expectação do fim da jornada.
As manifestações dos sentimentos são frágeis e melancólicos,
A destreza do raciocino se torna lenta menos eficaz,
As falanges endurecidas subtraem a firmeza das mãos,
Pela nossa lentidão, e insegurança deixamos cair objeto nos chão,
Nossas mãos estão cansadas nossas pernas tem vacilação,
Longe ouvimos o soar de uma nova canção, nos dá consolação:
"Logo mais estaremos em outra nação, vai findar a lamentação”.
Nossa audição diminui um pouco, outros quase nada,
São com certeza sinais do fim da nossa estrada,
Final que para todos um dia chegará, ninguém escapará.
Pois esta é uma lei divina: "para o pó o homem retornará"
Quando vêm as enfermidades, vem junto às dificuldades,
Fica tudo mais complicado mais difícil, idosos dão trabalho,
Pois todos têm a sua vida laboriosa, e nos tornamos uma preocupação,
Por isso chegamos a nos perguntar, quando a jornada vai se completar?
Será que ainda falta muito para nosso barco atracar?
Quando deixamos de nos guiar e por outros somos guiados,
Quando não mais aconselhamos e somos por outros aconselhados,
Geralmente somos teimosos, mais ainda quando repreendidos,
Falta-nos paciência quando não somos compreendidos.
Temos que com sabedoria em silencio saber esperar
O tempo exato de na nossa estação o trem parar.
O ser humano nasce como a luz da aurora, morre quando a sol se põe no horizonte... só escuridão... E eterna recordação”
Autor, Manoel Botelho Queiroz filho.
Guaçuí-ES - 10/02/2019