Tombar irão minhas pernas na rua
E meu vulto me alevantará do chão...
Meu espírito não voará como borbotão,
Pela penumbra fugirei da reles agrura...
 
Destarte fincarei meu pé no precipício,
Tenho unguento para sarar as feridas,
Meu pensamento cantará as despedidas
E estarei são e salvo desses vis indícios.
 
Fantasma a quem devo minha liberdade
É o vulto que me singrou da fatalidade,
Deixando-me envolto e livre nas sombras...
 
Meu corpo não ficou ferido... Sem defeito!
Sei que um dia serei cinzas, serei rarefeito
Para que no espaço possa tornar-me ondas!
 
 
DE  Ivan de Oliveira Melo

 
 

Ivan de Oliveira Melo
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