Me lembro bem de não lembrar
As brincadeiras de criança brincar,
Qual um dia fui sem saber que era,
Lembro de nada preocupar o riso a se esboçar.
O afago tão calmante de um tombo qualquer,
O tapa crepitante por um vidro a quebrar,
Pois o pé não sabia mirar, e a bola é sem freio,
A comunicação por um olhar de um castigo alheio
Da temerosa sombra da amexeira na parede,
Do barulho dos galhos fazendo um escárnio
A respiração ofegante por falta de ar, pois
O corpo todo coberto pelo cobertor para nada me apanhar.
Mas costumo lembrar, do acordar e do café,
Que antes mesmo de levantar estava
A mesa para ceiar, então com migalhas na boca
Ir ao sofá assistir desenho e não ver
A manhã passar.
Aurélio João
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