Grande aventura é falar do que é morto,
 
É cantar o trágico diante do que é horrível,
Predestinar substâncias, sentir-se irredutível
Na noite negra que é a sexta 13 dum agosto.
 
É o labirinto de uma antropofagia sem instinto
Que ensurdece a agonia do gemido moribundo,
Decompondo-se ante o abstrato corpo imundo
Que adormece os pródromos de licor e absinto.  
 
Na gestação das ideias secretas o letargo oprime
A furna onde os átomos viscerais devoram o vime
Que dá sustentação aos hirtos alicerces dos desejos...
 
Eis a chaga do desalento e do desconforto fúnebre
Que se eleva ao grau infinito de putrefação e lume
Para fossilizar de concreto os devaneios dos cotejos!
 
 
DE Ivan de Oliveira Melo

 
 

Ivan de Oliveira Melo
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