MEU ETERNO MOTIVO
(Francisco de Assis Silva)
Meu eterno motivo é acordar ao teu lado
Contemplando o teu rosto de tez pueril,
Sentir teu calor que me deixa saciado;
Unindo ao teu corpo o meu corpo viril.
E nesse ardente fogo de eterna paixão,
De centelhas elétricas a nos envolver,
Vamos passando as horas com sofreguidão
Vivendo essa avidez de gozo e prazer!
Meu eterno motivo é dividir contigo
Os momentos felizes que juntos passamos
Alheios ao mundo lá fora e sob o nosso abrigo,
E mais tarde, atingirmos a meta que almejamos!
Ontem era o começo, o sonho, a ansiedade!
Era uma esperança a repartir por dois...
Hoje, é tão pungente a nossa intimidade,
Que é bastante viver sem deixar pra depois!...
Faço do meu verso motivada conquista
Tecendo confidências preludiando o amor...
Quando em tua nudez, surge bela e imprevista,
Penso em fazer mil versos ao teu louvor!...
Este amor que nos empolga e que arde,
Que penetra à raiz dos teus cabelos,
Vai muito além das nuvens e sem alarde,
Muitos versos ainda hei de fazê-los!
Sou assim, quando motivado, não escrevo – vivo!
Aquilo que escrevo não brota de desejos vãos...
Se tenho ao alcance o teu corpo cativo,
Só você existe, tu!... e a ânsia das minhas mãos...
Este é meu eterno motivo – beijar tua boca!
Nos sentidos de festas e sons primaveris:
São os dias que se vão - é a noite breve e pouca...
- e como são curtas a noites quando se é feliz!
Ontem te fazia poemas que relias
Com um forte langor nos olhos fascinados...
Hoje, carrego de beijos tuas mãos vazias,
E as horas vão passando em teus olhos cerrados!
Farei ressonâncias de amor, poemas francos
Para embalar teus sonhos, minha querida...
E quando o luar tingir os teus cabelos brancos,
Entoaremos cantos – última ária da vida!...
São Paulo-SP
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