Numa manha de domingo
Observo o vento
As folhas das arvores batem
A poeira sobe
O tempo parece parar por um instante
Olho minhas maos...elas estão desfarelando
Desfarelando..como tudo a minha volta
As impressoes estão cada vez mais imprecisas
Não vejo bordas
Estou cega!
Mas nunca enxerguei tanto
Pois meus olhos não são mais particulares
Estou dividindo-os com o mundo
E no mundo vejo vento e poeira
E em mim há vento e poeira
E percebo que, afinal, tudo é vento e poeira
Consumindo aquilo que um dia chamei de "ser alguém"
Trazendo-me de volta para de baixo da terra
Até não restar mais nenhum sopro da minha breve existencia
Talvez,
Uma flor nasça.
Brisa Sagitariana
© Todos os direitos reservados
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