A arte, manivela, modela
com louvor com mérito, com sovela
... Com taça estatueta ou moeda
A arte é d'ele é d'ela... Dele!
Dele arte, e nessa vida esparrela...
A arte tem lá suas subidas
ou suas terríveis quedas.
Arte com pincelada e passos...
Passa, passa com senas contracenas,
com abraços e embaraços...
A arte faz, o artista o arteiro
o cabra bom e aquele cabra ligeiro,
a arte faz o mundo!
Pela arte... Mundo inteiro.
A arte passa, com graça na passarela
... Acena a sena pela porta pela fresta,
palco, horta ou pelo sol d'aquela janela
... Pelas palavras gritadas, caladas
ou pela expressão sussurradas,
a arte fez a fada pelo tudo, pelo nada.
A arte passa... Pela rua pela praça
com tabaca gritos, pancadas latas,
pelas mãos das raças, graça verdadeira,
com defeito ou feito de cascata...
A arte tomba pelo whisky
ou pelo gole aguçado da cachaça.
A arte gagá, gaga, gagueja..
Pela miséria, pela taça de cerveja
... A arte, tem lá seu gosto,
enche os bolsos os desgostos...
A arte trela e atrela a vela afivela,
faz da vida uma trivela...
A arte soa a tampa que tampa,
arqueja, deseja peleja... Um dia, desbanca
a sua carranca, e enche a tampa da panela.
Antonio Montes
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