Hoje, ainda não vi as cores da aurora
Estou do lado de fora da cabana
Na beira da estrada
Vou partir desta terra
Para um destino escrito
Sentado a canoa
Sentindo no rosto
O molhar da garoa
Rio abaixo serena
Nada vejo no caminho
Senão a visão da neblina
Nesta partida
Sigo um caminho aprendendo
Com o terminar da madrugada
O barulho adiante
É o som do cair da cachoeira
Remando suave
Vou contemplando
O surgir dos anus
Voando de um lado
Para o outro lado do rio
Neste imenso caminho
Longe está o horizonte
O tempo é manso
Ninguém fica perdido
Todos tem o seu destino natural
No ar vi vidas
Em busca da desejada flor
Na terra a morte surgia
Em gritos de despedida
Transportado pelo rio
Paciente eu vou seguindo
Afinal,
Eu tenho sonhos
Quero ver as cores da aurora.
Marivaldo Pereira Souza MPERZA
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