SONETO I - LIRAS PROFANAS


Quero beijar sua boca macia
E de amores sem fim, teu mel provar.
Quero o louvor, o som da sinfonia,
E ao som das liras profanas, te amar.
 
Quero esse ser no cio, a flor da pele,
E me perder dentro desse seu olhar,
Ser tua sombra nas tardes do vale,
A mão em teu cabelo a afagar.
 
Basta-me teu amor nessa vil lida,
Basta que me queiras em teu leito,
Basta-me teus braços ser guarida.
 
E ainda que morra o amor no peito,
Me lembrarei pelo resto da vida.
Quiçá fosse eterno, foi perfeito!

Eber Fonseca
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