O Político e o Louco

Um quadro é patrimônio de um manicômio
Alívio cômico ali viu o fim de seu matrimônio
Manequim polinômio, um vício taxonômico
Somar fatores que projetam fatos em vetores
E vetar nomenclaturas de criaturas e criadores
Sentar no banco é fácil
Dinheiro é tácito
Tática, na prática, é inácio
Inócuo e tão inóspito que cito
Se isso fosse o inferno
O diabo tava rico

Já fiz coisa parecida
Também já fiz melhor
Já lutei por minha vida
Sem um pingo de suor

E os prantos são tantos
Para quem clamar?
Se não importa onde olho
Você está a me encarar

Os versos não se encaixam
Odeio assimetria
Mas se são mudos que falam
Sou mais que a maioria

Tropa de choque
Camisa de força
Festa de Rock
Assim se contorça

O bairro é silente
E vive ao relento
Senhor presidente
Qual é o momento?

Um quadro é pátria de um peregrino
Vê que todos contarranêos também são assassinos
Há quem evite gente estrabica
Só não brinca com minha multi-silabica

Eu não te procurei
Quem deseja levar coice?
Eu não quero ser rei
Ainda preciso de você!

As vezes sentimos que estamos mudando para pior, e não há nada que possamos fazer afim de impedi-lo.
Tais devaneios beiram a insanidade.