Semeia-me de esperanças.
Faz-me brotar nos jardins dos corações
juntando-me a essências ignoradas,
não sentidas nem cultivadas.
Nutre-me de emoções…
As que me trouxeram até aqui
e hão de juntar-se a outras
para também me conduzir,
veleiro a velejar onde quero,
buscando o ideal que ainda espero,
sempre a me esperar também.
Conduz-me com teu amor…
Sei que a dor é passageira de teu barco,
faz-se doer, sofrer, desvanecer,
lapidando o ser, expondo o existir,
evolução sem embalagem
do viver incauto de apenas ser
trazendo o brilho antes escondido,
revelando o ourives da alma a renascer.
Permite-me continuar meu rumo…
Se por algum motivo desaprumo,
sejas a paciência divina
a perdoar os limites de minhas finitudes
tentando simplificar as longitudes.
Levanta-me quando eu cair.
Certamente serão muitas quedas.
Quero tua mão a me amparar,
teu colo sarando meus ais.
Tu, meu amigo, meu filho, meu pai…
Sejas minha velha embarcação
pelo mar das palavras “velhejando”
colhendo o belo em versos e magias
empolgada da tua empolgação,
despida de pena que não valha.
Transita-me por caminhos abaulados
apontando os dois lados da medalha.
Carmen Lúcia
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Não crie obras derivadas dele