Hoje aqui quem escreve é o resto de uma flor, flor esta que passou por um redemoinho de emoções e situações nesses últimos tempos que nem Machado de Assis descreveria. Uma flor que passou por três lutos em menos de dois anos e que sabe que o próximo estará logo batendo à porta. Que mundo é esse que não deixa nem existir a recuperação e superação, pelo quarto luto passarei e nem o primeiro superei.
Pude perceber na própria pele do que as pessoas são capazes, da falsidade e da falta de caráter, que fariam de tudo pra destruir a felicidade do próximo, mesmo que esta seja quase nula, seja o resto do que sobrou de quem perdeu um vô, uma MÃEdrinha e um primo; e acabou por se acabar. As pessoas são cruéis, são mesquinhas e só pensam nelas e na destruição do próximo, isso porque a ligação umbilical efêmera com seus próprios egos são exaltadas perante o amor ao ser humano.
Hoje sou flor pisada, moída e em pó, sou Capitu que perdera os olhos de Cigana oblíqua e dissimulada e que possui agora olheiras da rotina dura e cansativa do trabalho do branco, de ajudar as pessoas e praticar a caridade com doentes, doentes esses que demonstram mais compreensão que muitas pessoas saudáveis de saúde e podres de alma e coração.
Hoje sou restos de uma flor, uma flor solitária envolta às ervas daninhas, mas quero que um dia, eu possa renascer e ser jardim.
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