Introdução

"Eu sou um descendente
Sou um dissidente
Sou um problema emocional
Sou um odre
Sou um sistema operacional
Sou um podre
Sou uma ferradura
Sou um azeite
Sou a loucura
Que querem que aceite
Sou o impecável Oscar Diggs
Sou um inefável Myer-Briggs
Poeta que desata nós e prevalece
Prazer, me chame de Jarold O S!"

Bato papo
Guardo costas
Visto trapo
Cobro cotas
Evito a glória
Hesito a escória
De vergonha e rimas sou minifundiário
Vacilo na vala e conheço o vassalo
Mesmo agindo anoite o turno é diário
Enfrento o açoite noturno salafrário
Perfídios filhos pródigos
Prodígios dirigem córregos
Corro pro trólebus e redijo seus egos
Dizem que em terra de rei, caolho é cego
Quase morro no Qasar e viro mártir
Subo a mata e cumpro meu partir
São ações que finjo ser
Pra tentar te entreter
E quando tudo acabar
Poder dizer
Que nunca tive uma chance sequer de me apresentar

Chamo-me Jarold
Mas me chamam mesmo é de idiota
Quem quer que tiver outro conto
Que este quem abra outra porta
Sim, pôde ver que tenho preguiça
Falo que nem padre na missa
Um tanto quanto aleatório
Mas não tento ser notório
Quando a única qualidade é um grande acessório
Sou o melhor por ser genuíno
Afinal se me retiro chamam-me sovino
E a chama corrói toda matéria
A madeira se encerra
Corrompe tudo que a cerra criou
Um coração ativo e uma mente ativa
Faz tanta faísca que dizem brasa viva
A carne e o espírito, a alma no abate
O atabaque na roda que escarne no late
Protesto mesmo, grito mesmo e que se dane
Nunca foi minha culpa seu cérebro ter pane
Celebro o célebre enredo
E prendo-me no ébrio de quem tenho medo
Cansei de tudo
Tenho tantos nomes
Capaz que me assassine
E mesmo assim
Não há nenhum

Que me define