Noites escuras e gélidas,
olhos lacrimejantes...lágrimas de sangue
que lavam impiedosamente o solo seco
do vale da sombra da morte.

Taciturno sobrevoo por sobre os telhados de casas
e casebres antigos,tão cheios de histórias,
histórias de dores,de horrores,de percas,
de amores eternos,passageiros e de tristes velórios.

Pássaros noturno sou,levando nos olhos e nas asas
presságios,notícias funestas e de desgraças.Abaixo
do céu negro cor de chumbo...entoo o meu canto de morte
aos ouvidos dos malditos.

Nos umbrais e soleiras das portas,
há muitos prantos e uma visitante ilustre e aterradora,
de vestes negras cor das madrugadas sem luz do
luar e estrelas incandescentes,veio de terras
longínqua e cadavéricas...do mundo dos mortos
em busca de milhares de almas perdidas.

É a morte essa verdade inaceitável que perturba a
razão dos mortais,deixando-os sem respostas
para uma eterna pergunta: Pra onde vamos quando findar esse
nosso sopro de vida?Nossa pele,nossos ossos,nosso sangue
hão de virar pó e entrelaçados nas raízes das plantas venenosas,
medicinais,comestíveis e frutíferas,hão de libertar
nossas almas através da fotossíntese viajante
do tempo no elemento ar.

Charles Feitosa de Souza
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