Junto os dias felizes,
ainda que recorrendo ao passado,
às cores dos campos matizados,
relva que hoje acolhe meus pés
amaciando a caminhada.
Faço e desfaço o que bem quiser.
Brinco de criança, sou esperança
do bom tempo que fizer.
Entrego-me a besteiras
sem me preocupar
com o que der e vier.
Deixo o amanhã para depois…
Que me espere na última curva
de uma estrada turva
marcada por atropelamentos,
derrapadas de quem às pressas
quis chegar ao topo da jornada.
Busco o sonho guardado
numa esquina qualquer do tempo…
Com um sopro o faço reviver
após anos de cárcere privado
e agora vem me surpreender
realizando o desejo mais esperado.
Traz o hoje, presente embalado
pela essência do inesperado
certeza do que se pode viver
descartando desperdícios
de instantes fracionados e contados,
mofados pelo ócio de se perder,
apostando no amanhã
que pode não acontecer.
_Carmen Lúcia_
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