Pelo mundo quem sabe vou
Nos caminhos que hei de andar,
Encontrarei motivos que me 
Despertem para uma arte e
Faça-me querer encontrar o
Caminho para acalmar a
Inquietação do meu ser.
Há... Que doce sentir o vento
Na janela do trem, ver as matas
Verdejantes com a corrida do trem.
Trem da vida,
Trem da esperança,
Do amor que estava
Sentado ao meu lado,
Com sorriso nos lábios segurava
A mão de sua amada.
Mãos calejadas pelo trabalho
De uma vida que passaram juntos,
Pele sensível, visível, pois a idade
Já lhes apareceu, mais o amor...
Aquele amor... Que pensamos que
Perdeu-se pelo tempo... Há! Este permaneceu.
As rugas nos rostos, a singela marca da grandeza
de uma alma que viveu a mais bela historia de 
amor para contar.
Que conselhos teriam para mim para meu coração que
Vives a sonhar...
Exemplos de vida só tenho a copiar,
Pois vivo a pensar que ainda vale
A pena amar.

É difícil encontrar neste mundo... Alguém que tanto lutou, tanto sofreu...
Encontrar a cada dia mais vitalidade... Ir cada vez mais profundo...
E nos mostrar tudo o que conheceu do mundo... 
Ensinando-nos o caminho para a felicidade e a sabedoria
Da palavra amar.
E quando a sua idade chegar não queira esta em um sofá,
Sozinho sem ninguém para amar... Queira esta com alguém...
Que te ajudou a caminhar,
Segurou sua mão,
Enxugou suas lágrimas,
No dia a dia do sofrer.
E essa cena dentro do trem vem acumulada
Do saber... Aquele doce saber de amar...
Amar a beleza contada nas entrelinhas
Das rugas da vida.
E os olhares são como os do primeiro 
Encontro... O tempo passou...
A beleza já não é a mesma... Mas o amor. Há! O amor...
Estes continua sendo o mesmo desde
Quando suas imagens refletiam-se no espelho
Sem as marcas da vida que lhes fizeram
Namorar.
Adriana Vieira

Adriana Vieira
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