O QUERER DAS PALAVRAS


Escreviscos, gritos em surdina, dos becos do pensar
fértis no intenso indagar,
vêm vindo desembarcando,
esvaziando o fosso da ânsia das razões.
Nada existe pela razão do nada.
 
Tempestades sacudindo miolos do reflectir
parindo falas sedentas de liberdade.
Evadir-se do íntimo que as detem, sua opção verdade,
dando um cochilo nos braços do branco papel, última moradia,
quiça no luzir abstrato da memória,
acendendo o valor da palavra.
 
*Estêvão Chissano
 

Estêvão Filipe Chissano
© Todos os direitos reservados