Acalento em mim um sonho tímido e bucólico:
Desnudar-me e nu caminhar pelos campos,
Sentir o tempero silvestre que diante de tantos
Florais acaricia-me o corpo em todos os trópicos.
 
Descortina-me o devaneio de ser natureza somente
E perante sol e chuva poder curtir todos os anelos
Que singram minh’alma puros, carentes e singelos
Desenhando em mim a fotografia do que sou expoente...
 
Ter do semáforo a liberdade do verde paisagístico
Que embalsama n’alma o tom sublime de um dístico,
Tópico da ventura que se instala no arrebol humano...
 
Despido das profanas senzalas que adornam o corpo
Hei de adormecer solene sobre ideais que discorro
Que são o mel que adocica e deleta os desenganos!
 

Ivan de Oliveira Melo
© Todos os direitos reservados