No silêncio deste quarto triste e  sombrio,
Ouço a voz gritante do meu coração em desvario
Palavras não ditas vêm à tona, têm livre arbítrio 
 
 
O som da minha voz produz um surdo eco
Falo comigo mesma num discurso mudo, intrínseco
Já sabendo as respostas, calo-me, engulo em seco 
 
 
Esquecer-te é tentativa inútil, um martírio
Entre lembranças vagueio, em delírio
Razão, mente e coração em desequilíbrio 
 
 
No  silêncio, rumino frases já mastigadas 
Ouço as batidas do relógio...já é madrugada!
 

Lucia Moraes
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