Hoje parece mais uma daquelas noites frias no verão em que a chuva cai rapidamente pra limpar o céu, ela me vem e é inexplicável a junção dessa sensação, tento escrever, mas nem sei a quanto tempo eu não encosto a ponta da caneta no papel, hoje é o tec, tec dos teclados virtuais e eu me aventuro nas desventuras pra saber se eu posso ir pouco mais, um gole d’água, dois comprimidos e uma paz, solidão ao redor, visão fora do alcance, mas só me sinto bem sabendo que isso tudo é somente você quem me traz, então faz com que eu me sinta seguro e longe do escuro venha e me dê a mão, que essas pontadas no peito não sejam de dor mesmo que elas ainda sejam de dor, sem olhar pra trás ou sequer querer saber o porquê da dor no coração, que seja em vão cada verso que eu faço, sem me perder nas linhas enquanto eu tento escrever mais vejo que me perdi e só me encontro no canto enquanto seus olhos me veem, os meus sentem sua presença, o fecho e no escuro da mente somente vejo você, é inexplicável essa magoa que fica, dói demais, e o THC nem faz mais efeito nos efeitos que fazia nas partes sentimentais, eu ainda quero caminhar, mas no momento só com as minhas lágrimas o rosto eu consigo lavar e lembra que eu falei da chuva? Pois é, chove tanto quanto era preciso pra esse calor, amor, sei que tudo vira nada quando você se vai e somente o que fica é essa tempestade que cai do vazio do meu marejado olhar, já não consigo mais imaginar um dia longe, mas sinto medo de ter um dia perto, já nem sei o que é certo, ou errado, eu mantenho-me calado, só escrevendo o que eu não consigo te falar, arghhhhhh, revolta é tamanha, parece que o mundo me ama e mesmo assim eu me sinto prestes a com ele acabar, é foda demais esse sentimento, é como uma faca de dois gumes que corta o que vem de fora pra que não se aflore aqui dentro a segurança de te abraçar, pensando nisso eu já te vejo, mas você não está aqui e isso fode com meu desejo, eu queria apenas mais um beijo, mas você já tem que ir e eu quero que fique mais, mas já dobrasse a esquina e o portão se fechou, game over ou fim do dia a insegurança convida-me para mais uma taça de lamentação adois enquanto as horas sugerem uma corrida no quarteirão pra te encontrar, mas já é tarde, infelizmente a deixei ir e com isso liberei meus monstros internos que destroem o bem externo e fazem meu mundo se acabar!
Bad Trip
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Não crie obras derivadas dele