Saudade, como uma pedra certeira.
Solta na mão, de um menino levado.
Pelo tempo, amarrada e se esgueira.
Encomprida o dia, e o faz desolado.

 
 Inquieta, arredia, coalhada de sonhos.
Lágrimas em lembranças tão doentes.
 Absoluta ajeitando pesadelo medonho.
Tralhas, mágoas, quanto ambivalentes.
 
Uma saudade doída, trazendo uma falta,
Roendo esmerilando uma fenda no peito.
Ancestral árvore, extensamente  tão alta.
Extravia um rio, secando todo o seu leito.
 
 Recuei-me num canto, ficando sozinha,
Assim não deparar, com tanta saudade.
Quando acenando, e no sol da tardinha.
Vindo e atacando sem dó, nem piedade.
 
Saudade, como um beco abandonado.
Fazendo barulho, bem  dentro do peito.
Uma mata virgem, também ralo cerrado.
Um rio finando, secando seu pobre leito.

 

 

izildinha renzo
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