Viola que não presta, faca que não corta,
Se eu perder...Pouco me importa.
O cabo da minha enxada era um cabo bacana,
Não era de Guatambú era de Cana Caiana.
Um dia la na roça me deu sede toda hora,
Chupei o cabo da enxada e joguei a enxada fora.
Enxada que não presta, faca que não corta,
Se eu perder... Pouco me importa.
Corri atrás de uma onça preparando pra atirar,
Do estado de São Paulo atravessou pro Paraná.
A caça que eu atiro eu juro que não escapa,
A cartucheira falhou, peguei a onça no tapa.
Cartuxeira que não presta, faca que não corta,
Se eu perder... Pouco me importa.
Peguei um dinheiro, emprestei pra um camarada,
O sujeitinho sumiu, nem dinheiro, nem mais nada.
Dinheiro emprestado, é um grande perigo,
Agente perde o dinheiro e também um grande amigo.
Amigo que não presta, faca que não corta,
Se eu perder... Pouco me importa.
A fazenda do meu sogro faz divisa com a minha,
Presente de casamento, ele me deu, pois eu não tinha.
Com este casamento, fiquei rico derrepente,
Casei com sua fazenda e trouxe a moça de presente.
Casamento que não presta, faca que não corta,
Se eu perder... Pouco me importa.
Tião Carreiro e Pardinho
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