Estou cansada de andar
nesta estranha estrada sem direção
angustiada de tanto perder e tanto sonhar,
porque sonhar é sempre em vão.
Dizem que vai melhorar,
que tenho a vida em mim a vibrar
mas já vivi demasiado para crer!
e perdi tudo o que tinha a perder.
E isto sou eu, aqui, no fim onde nunca nada acaba
sem alegria, à uma dor condenada
que encontrou o meu seio
e não sei eu, donde triste veio.
Se soubesse, preenchia seus olhos baços de luz,
coloria o seu manto negro com cores sorrindo,
mas a ela, sombra negra, a dor seduz,
arrancando-me aos poucos a vida e apenas ferindo.
celia bastos
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