Morte eterna é pano de véu

De alma soberba, corpo infiel

Alma infeliz que não vai ao céu

Só na terra sente, gosto de mel

 

Morte assim é coisa tão fina

Coisa tão nobre da realeza

Mal que em tantos se desatina

Graça mortal da pobre nobreza

 

Medo que afligi o mais corajoso

Tortura cruel ao torturador

D'alma lançada no escuro viscoso

Alma ganhada pelo perdedor

 

Podes um dia, nascer e viver

Na terra ser bom ou mal e cruel

Mas pode também, pra sempre morrer

Ir ao inferno e nunca ao céu

 

Morte eterna é certo castigo

Que abraça forte sem ser teu amigo

Prazer sem prazer do pleno perigo

Que vai com você e fica comigo

Adilson Xangaia
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