No verde da grama, nas pétalas das rosas,
No orvalho que cai nas noites escuras,
No canto dos pássaros, nos raios solares,
Do amanhecer. Tudo é poeira...

No vento suave no redemoinho,
Nas ondas bravias que vai e vem,
No voou rasante da garça.
Tudo é poeira...

Na chuva que cai, nos raios e trovões,
No arco-íres que cobre o céu azul,
Nas cachoeiras e cataratas.
Tudo é poeira... 

No passo cansado do ancião,
Na criança que corre no chão,
No rosto sereno da mãe que amamenta.
Tudo é poeira...

No carro possante, nas grandes mansões,
Nas favelas, nas choupanas, nas crianças que corre nas escuras.
Tudo é poeira...

Somos pó, e nos tornaremos pó, afinal tudo é poeira...

JOAO PEREIRA DE SOUSA
© Todos os direitos reservados