Tristeza?

Hoje estou triste,
Meu rosto, antes puro,
Agora está inchado,
Salgado e molhado,
Por causa de minhas lágrimas.
Minhas lágrimas,
Elas não são, desta vez, forçadas,
Elas escorrem,
Livremente pelo meu rosto,
Como uma estrela cadente,
Escorrendo no céu puro e límpido.
E livremente escorre,
Para, enfim, beijar o solo.
Meu choro, desta vez, não é forçado,
É, simplesmente, porque você deixou,
Na verdade, me deixou,
Com um suave levantar de voz,
E um "vá prá puta que o pariu" engatilhado.
Se você acha que ficarei abatida,
Muito se engana, meu amor!
Pois, por mais que chova,
E o solo fique molhado,
Fará sol, depois da tempestade.
Não promento isso no dia seguinte,
Mas, te prometo que, como a chuva,
Meu amor por você se foi.
E, meus pensamentos,
Antes teus,
Eles irão também,
Para que tú, que passas pela vida,
Sem, ao menos saber,
Por que razão está aqui,
E sem sentí-la,
E sem tocá-la,
E sem aproveitá-la,
Ao lado de quem te amou,
E pensar depois,
Deveria sim, ter me dado uma chance,
Para saber o porque,
Aquele anjo, doce anjo,
Um dia me disse,
Te amo,
E eu não correspondi,
Nem me sacrifiquei,
Como meu anjo fez.
Para, pelo menos,
Poder vê-la, poder falá-la,
Poder tocá-la, poder amá-la,
Então, tú voltarás,
Para sua vidinha como d'antes,
Com suas "mulheres mais velhas",
Com mulheres que te satisfarão,
E te farão feliz.
Como você deve pensar,
Que eu nunca te fiz...
Mas eu tentei me entregar,
Me entregar às suas"experiências",
Talvez à alguém,
Que nem ao menos entendi,
Quando fui provar para mim,
Sómente para mim,
Que você ainda gostava,
Mas com certeza nem me olhava,
Pois tinha outra a seus pés.
Então, uma frase,
Certa frase ficará marcada.
Uma frase que nunca pensei,
Que veria sair de seus lábios,
Doces lábios,
Que sempre falavam,
Falavam coisas doces ao meu ouvido.
Uma frase,
Que agora, o papel lhe repetiu,
Ou talvez, seja apenas eu,
Te mandando um beijo molhado...
E um vá prá puta que o pariu engatilhado.