QUEM ME DERA
Quem me dera ter o poder
de estar nos lugares onde
as lágrimas jorram para
poder o pranto secar

Quem me dera ter o poder
de estar nas residências
onde a violência é uma
constante e puder
com ela parar, e os
gritos de dores encerrar
e o riso voltar a brilhar.

Quem me dera ter o poder
de estar nos trânsitos
caóticos e conter a
ira, a impaciência, a
intolerância dos destinados.

Quem me dera ter o poder
de avisar os desavisados
que não era hora e o lugar
para passar, pois a bala
perdida na pessoa se acha.

Quem me dera ter o poder
mostrar os imprudentes
que causam acidentes
que não precisam de
pressa e mostrar
que a vida é uma só,
onde tudo se apaga,
se acaba.

Quem me dera ter o puder de
ter o discurso do convencimento
e poder assim abrir as mentes
dos prepotentes de que
as diferenças sociais, raciais
e físicas são apenas quimeras
e nada mais do que quimeras.

Quem me dera ter o poder
e de ser alguém que gostaria
que fosse.

José Marcos di Ayres
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