Ao entregar-se a um sentimento, doar-se às possibilidades,

Lembre-se que após a intensidade do fogo, vem a fumaça.

Por vezes cremos em mentiras, cruéis e falsas verdades

As quais parecem venturas, mas que consistem na desgraça...

 

Nem sempre temos o que queremos. Há tanta mentira.

Quem escutará sua frustração, então? Sua tristeza?

Inconscientemente, algo formiga em nós, suspira...

Perde-se todo o conceito de romantismo, some toda a beleza.

 

Então, sem motivos fortes, tudo acaba. Sem coerentes explicações.

As palavras de saudades e afeto mostram-se tão falsas...

(Ou tão ingênuas, de uma ou outra parte... Quantas complicações!)

E o que poderia ser e não foi se perde como uma entre tantas balsas...

 

Quando se percebe que houve unilateralidade em todo "romance",

A sensação de traição é tão forte; tudo soa efêmero e frágil.

Há um desânimo formidável e nada parece estar ao alcance...

Há uma breve lassidão mesmo no espírito mais ágil.

 

Mais uma lição aprendida, no entanto. Após a chicotada,

Vem a cicatriz, mas elas servem para mostrar que o passado foi real.

Se tão rápido tudo desmoronou, a paixão era infundada.

Se tudo acabou por futilidades, continuar seria um enorme mal...

 

Portanto, cuidado ao crer que um lampejo é um fogaréu.

A crença no nada é também crença. Uma luz que é breve e passa...

Há muita coisa mundana que pode se assemelhar ao céu...

Mas lembre-se que após a intensidade do fogo, vem a fumaça...