Saltei,
 
Mergulhei,
 
Não quis nadar.
 
 
Escolhi me afogar
 
No rio de águas escuras
 
Dos teus olhos.
 
 
Foram momentos amargos
 
De dor,
 
De agonia,
 
Sem ver a luz do dia,
 
Submersa nas águas escuras
 
Do rio dos teus olhos.
 
 
Morri,
 
Fiquei no fundo do rio,
 
Não quis ressuscitar
 
Pra não viver de tristeza
 
Mesmo em outra dimensão.
 
Se assim fosse
 
Eu ficaria só, entre abrolhos.
 
 
Escolhi como túmulo
 
A profundeza do rio,
 
Nas águas escuras
 
 Dos teus olhos.

Nair Damasceno
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