Repentinamente o enjoo e a certeza absoluta
No ventre a vida, gravidez, embrião absorto.
A mãe não aceita rejeita e infeliz, resoluta,
Decide por tão cruel e fatídico aborto...
 
A noite passa... Angustia e desconforto
Permeia confusa a mãe solteira, prostituta.
Um filho no ventre e a insensatez bruta
O filho não quer melhor nascer morto!
 
Confusa adormece e o lastimo intento entre
A vida e a morte do indefeso e frágil ser.
Aproxima-se do feto o fim tão medonho...
 
Mas, eis que num repentino e breve sonho,
Ouve seu filho no âmago e no calor do ventre
Indefeso pedir: Mamãe deixe-me nascer! 

Carlos Cintra
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