Translúcida, parte a alma do corpo, mas o mesmo
Permanece vivo, apático, sem vontades, sem nada...
Morre o espírito, fica uma agonia muda, cega e surda,
O que fica são as pústulas do passado e o nulo do futuro...
Apenas escuridão nesta alma. Trevas grudentas, as mais densas.
Vai-se esfarelando como um pão em migalhas, embolorado...
Nem os vermes comem tal migalha: É deveras amarga
Com um sabor horrível até para os paladares menos refinados.
Não posso salvar a ninguém, nem a mim mesmo.
Desejos? Usufrua deles quem, de fato, possui a vida completa!
Partes de uma existência, se isoladas, não podem formar um todo...
A alma morreu, mas o pecado dela ficou prenhe no corpo.
Maldita seja por morrer, por submeter a carne à sua tirania!
Maldita seja por me tornar a vergonha do que hoje sou!
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