Eu amei e amo como os românticos

E hoje, depois de tanto lutar por este amor

E vê-lo vão, ou melhor, amado contraditoriamente,

Vejo que fui um tolo insensato, um idiota completo.

Enganei-me, vi em um anão um gigante

E mudei quando um amor verdadeiro não o exige.

Mudei para pior, mas aprendi a lição:

Hoje vejo que quem ama, não ofende.

Quem ama, não humilha.

Quem ama, não pisoteia e não sente confusão.

Sonhei nela um amor verdadeiro e duradouro

E ela queria a "liberdade", amores fúteis que não passam de uma brisa.

E se ela não queria amores assim, ela queria o impossível:

Ser como ela é e saber disso, não admitir mudanças...

Não serei eu, mas quem será o homem ideal então?

 

Hoje, após tanta amargura e desalento,

Algo morreu em mim. Eu não vejo mais o amor

De uma forma tão sonhada e idealizada.

Eu matei meus ideais quando comecei a te amar

E aceitar tudo quanto fazias e foram maus momentos quase sempre...

Teimei, eu te amava tanto e decerto

Não me amavas ou então não me amavas como eu te amei.

E se hoje sinto que não poderei mais amar puramente

É por causa disso e já se passou algum tempo.

Vejo que minha visão se deturpou,

Que o melhor é ser indiferente e omisso.

Por que falar de amor e viver o amor é discrepante:

Falamos do amor ideal e queremos no fim um amor fútil.

É doloroso falar isso, bem sei...

 

Devo tornar-me um demônio sem coração?

Eu amei tanto e fui esnobado.

Eu sempre amei com tudo o que tinha

E no fim foi tudo em vão!

Procuras-me mesmo quando parece que tudo acabou,

Porque achas que sou uma reserva, embora não o admitas.

Eu, que fui um imbecil por me deixar ser, embora soubesse tudo isso

Não digo que vou mudar, pois no fundo já mudei.

Tuas palavras e atitudes violentas e insensíveis

Como se fosses a "dona da verdade" não me ferem tanto quanto antes

E eu só quero olhar nos teus olhos uma vez mais

Para desenterrar da garganta tudo o que ficou entalado.

E viver mais uma vez tudo o que eu não vivi até então...