Um punhado de pão
Arroz ou feijão
Ajude , moça, este resignado
E pobre ancião
 
-“ qual trabalho me daria dar-te tal alimento
Que esqueço a humanidade e torno isso um portento
Que em dita casa adiante encontrará com facilidade
Pare , então, de me enfadar a pedir, trate de arrumar-se.”
 
O pobre não se forma em solidão eterna
Ele é oriundo desta comunidade, nova, antiga, fraterna
Se deseja em vão recuperar-se, do cansaço se livra esmera  terra
Que ao faminto oferece sua herança, dor interna e fadiga
Da qual não pode escapar sequer a criança
 
Enquanto eu, a escrever estes versos sem importância
De comer e beber desfruto
De uma vida com dita paz que destrói a graça da abonança
Que desperdiçada  se aproveita da pobre criança
 
E minhas frases se perderam há tempos
Quando ainda jovem e glorioso obtinha um a um os portentos
Esquecendo da lida tardia que estava por vir
E um sol negro resplandecendo trevas ocuparia minha mente o porvir.
Minha atitude é tão louvável quanto a dela
A moça que pensando em si dispensara o pobre velho magricela
E não vejo porque de tamanha revolta, pois fazeis isso todos os dias
Enfada a terceiros e é enfadado , esquecendo da anterior piedade
Pensando em si própria esquece de sua marginal e se torna o que chamamos 
[Sociedade.

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