A janela esquecida


Observo os movimentos que formam a vida
(as ruas em suas danças de corpos)
através das cortinas
de lâminas delgadas.
 
Vejo o semblante distraído
e o aparente imperceptível
das coisas,
dos atos
e dos sons.
 
A subjetividade
espia o deleite gracioso dos gestos,
ora cadenciados, ora estanques.
 
Os vestígios e assobios
que bailam pelas penumbras da noite
só podem ser coisas divinas,
pois isso tudo me dá uma vontade danada de ouvir Pixinguinha.

NATHAN SOUSA
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