ESPIRAL
Tudo parte e regressa:
movimento contínuo,
porém o meu caminho
retorno não conhece.
No chão bailam as folhas
secas a despedirem-se
para um dia surgirem
nas árvores em renovo.
As águas do ribeiro
foram até ao mar
para serem mais tarde
desde a nascente o leito.
Os ninhos estão vazios;
as aves quantas voltas!
Tempo depois (a alegria)
a chocarem os ovos!
E é isto. O meu percurso
não tem um fim jamais:
sem vinda continuo
em frente mais e mais.
António Salvado
António Salvado
© Todos os direitos reservados
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