Diálogo

Uma das piores torturas da alma se dá quando nos desprendemos de nós mesmos!
Quando o meu peito incha, são as pedras atiradas sem e com intenções
Que pesaram e se arrastaram nas minhas caminhadas sanas e insanas.
As lágrimas não saem porque não tem mais espaço para a dor e nem o sofrimento.

O que desce pela minha traqueia é o sangue do vinho,
Que me deixa inebriado pelo alívio de aos poucos despejar estas pedras que me foram atiradas...
E algumas outras que eu mesmo coloquei por livre e espontânea vontade.
Não vou mais reciclar ou renovar o desgaste de algo que pensei receber em vão.
 
Não vou implorar por algo que deixou de existir – aliás, sempre achei que era natural...
Não vou doar nenhuma mentira ou nenhuma verdade. Não vou medir ou até mesmo definir qualquer significado sádico ou sadio do amor de forma complexa - O amor é o amor.
 
Se eu dei ou deixei de dar o amor que todos os poetas nesta história tentaram teorizar, não importa.
Não vou permitir sem me amar na minha vida. Não vou entrar em lástimas.
Hoje eu me permito. O hoje é para sempre! Começou!

Estocolmo, Su

Carl Dahre
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