Segunda terça-feira.

 Me dói ver
que estamos,
tipo assim,
assim.
 
Seria engraçado saber que
não sabe o porquê,
embora você creia
que sabe o que semeia.
 
Te ver fugindo de mim,
como se eu fosse o problema
e não a solução,
é pior.
 
Esperar pela sua volta,
desejando que você não tivesse ido,
quando, na verdade,
você está a meia hora daqui.
 
É tão mais fácil se calar,
e sentir arder dentro de si
o desespero de não poder controlar
o incontrolável.
 
Conversas desconversadas.
Opiniões desinformadas.
E quando espero que se importe;
você sai.
 
Digo que não vou chorar
e sinto lágrimas traçando
um caminho no rosto que queima,
que arde, que machuca.
 
E agora? Pra onde fugir?
Não há local seguro pra me abrigar,
quando, apesar de tudo,
é só nos seus braços que quero estar.

Soraya Costa
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