Não adianta você se enganar e tentar negar o que é real

Pesca esportiva, mais que uma proeza, fere a natureza, não é natural

Em outros tempos, contra a maresia, pesca em demasia, prá fome matar

Thiago e Pedro, pescadores natos, com muito recato, a rede a jogar...

 

Por isso eu digo: Pesque, meu amigo, mas, somente aquilo o que vai comer

Não mexa com o que não lhe pertence, eu lhe peço: Pense, antes de o fazer

 

Pescar é bom, preciso e saudável, mas, desagradável, se não tem motivo

Um sofrimento tão desnecessário, que mutila e mata tantos seres vivos

Procure um esporte que não cause dano, que não seja engano, que não traga dor

A natureza, criação divina, mais que contemplada, precisa é de amor...

 

Por isso eu digo: Pesque, meu amigo, mas somente aquilo o que vai comer

Todo ser vivo também tem sua alma, eu lhe peço: Calma no que vai fazer

 

Peixe ferido, tirado da água, sofre grande mágoa nesta situação

O caso raro em que sobrevive, é um caso à parte, é uma exceção

Este animal também sofre e se estressa, mas, não interessa, não é nossa a dor

Se debatendo, preso e ferido, com o beiço partido, uma cena de horror...

 

Por isso eu digo: Pesque, meu amigo, mas somente aquilo o que vai comer

Não pense que eu sou contrário à peixe, por favor, não deixe isso acontecer

 

Que esta canção não lhe seja uma afronta, não tire o seu sono, nem a sua paz

Seu objetivo, mais que um conselho, é ser um aviso do que o homem é capaz

O ser humano com sua hipocrisia, prá “salvar o mundo”, fala de seu plano

Aos animais dá um sofrimento à toa, tão desnecessário, só um mero engano...

 

Por isso eu digo: Pesque , meu amigo, mas somente aquilo que “cê” vai comer

A pescaria é uma coisa sagrada, não adianta nada tentar inverter

 

Por isso eu digo: Pesque , meu amigo, e conte comigo para lhe ajudar

É uma quimera que não sofre o peixe, por favor o deixe em paz em seu lugar

 

Por isso eu digo: Pense, meu amigo, e cante comigo para não chorar

Não pense que eu sou contrário à peixe, por favor, não deixe de raciocinar

 

Copyrigt - 2010 - Mauro Maracajá