Antes só luz

depois a vela

era o sol, o dia, a noie de lua...

Aqui dentro, o breu

antes o sol...

agora, gela!

 

A eletricidade "arregaçando" as entranhas das trevas

a lampada...de novo a luz

agora a tela

Não há mais nenhuma vela

Em canto algum; nenhuma.

Gavetas, armários, em cima ou embaixo das coisas...nenhuma.

As lampadas  acesas, quem vai  lembrar-se delas?

 

A tempestade, o raio, a sobrecarga, a explosão...

cacos de lambadas pelo chão.

Lampadas, só laminas, a escuridão.

Pés descalços procurando em vão

A tela, aquela...não tem função

frente a planta dos pés no chão

O vaso de flores no canto

A gata atônita, brinquedos por todo o enquanto

sangue e laminas da lampada

cortando a escuridão...

 

O universo pessoal é um nicho

a identidade, um forte bafo

O escuro com chuva, um susto

Lampadas só laminas a faca o risco.

*   *   *