A moça e o pecador

Amanheci...
Amanheço...
E amanhecerei com vontade

E instigante alarde
E louco desejo
De teus molhados beijos.

E um querer desenfreado
De, em ti, permanecer amalgamado;
E um tolo anseio
De fartar-me em teus seios.

E mais uma poética aspiração
De me diluir no vulcão
Que aprisionas entre as coxas
Coberto com os teus ares de casta moça.

Donzela comportada, pudica, de família,
Que entre quatro paredes me humilha;
Faze-me um pecador

Em constante posição de penitência.
Atônito feito um beija-flor,
Diuturnamente a sorver tua dulcíssima essência.

Curitiba, 10/10/2005