Há poesia sobre os corpos

 Séria injustiça que dever ser reparada

Pois quando se nomeia algo corre-se o risco de desviar os sentidos, a sua realidade, sua pureza

Quando você nomeia o sexo , como sádico, sujo, ruim, fecha tantos olhares e reduz o poema a algo quase vil 

Me sinto na obrigação de defende-lo , assim como Gabriel Garcia Marquez , Manoel Bandeira , Fernando Pessoa, Pablo Neruda , Mário Benetti e Serrat , para mim sexo é a concreta expressão de um tipo de amor organicamente poético .

 Assim quando: Abrir as pernas é um ato de doação , entrelaçalas em você é ato de posse

 Erguer meu corpo para ver teus olhos é ato de  medo,sentir e reconhecer gozo neles , e ato de vaidade

Permitir que os quadris desabrochem como flores molhadas de sereno , macio e doloroso o peso de outro corpo sob o meu .

Descobrir sede em tua boca , como sorver algo que aniquila as forças , um torpor que chega ao lago onde se esconde essa alma !  

Deixar que tudo se faça pela descoberta de mais um gozo único , que eu darei a você e você a mim !

Cruel saber que existe o absoluto , o alto de  um sentir até despetalar e sobrar somente os espinhos dessa roseira

 

Lygia Zamali Fernandes
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