Este manto insalubre que me cobre,
me esfria com seu tecido gélido,
me sufoca com o vácuo,
me mata aos poucos.
 
A gota da triste chuva que cai,
do manto cinza e indiferente,
na pele minha,
branca e quente.
 
As lágrimas que correm pelo caminho do rosto,
e chegam ao canto da boca,
que entende o gosto salgado da tristeza que bate.
E consegue simular o doce sabor da felicidade.”
 
E no insólito momento de felicidade,
sinto o calor que eu preciso,
me banhando e me preenchendo,
até o outro dia,
quando meu tempo frio e sofrido recomeça
com o gelado sopro de um forte vento.
 

 

Jonathan Cunha
© Todos os direitos reservados