Noite que em mim se descerra
Noite que estende na Terra
Seu negro e gélido véu
E aos poucos a tudo soterra
Escondendo o sol e o céu
 
És berço da lívida lua
Ninfa de luz, bela e nua
Que excita nós, os amantes
Prateando nossos instantes
Com loucas paixões delirantes
 
Noite de alma pulsante
Teu seio tão farto e escuro
Abriga milhões de diamantes
Que bordam o cosmo distante
Tua roupagem de ébano puro
 
Mágica dama formosa
Pura, devassa, vil, preciosa
Teus braços são braços sem fim
Que incitam a vida em mim
A amar em versos e prosa.
 
Noite de tantos segredos
Noite de calma e de medos
Noite que se deu como amiga
Noite que já foi inimiga
Noite que já trouxe o amor
Noite que insuflou o temor
Hoje teu negro cenário
Palco de mil esperanças
Tornou-se o meu santuário
De doces e caras lembranças
Que guardo e preservo em mim
Qual terno e feliz relicário
De um amor que jamais terá fim.
 
 

 

louc

HC
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