quem vê cara não vê coração

 certo dia
Um homem chamado Lucio Neto frente ao monitor de seu computador aguardava respostas, um sinal ao menos de que a carta convite do emprego de que ele tanto almejava viesse logo, pois já não agüentava mais esperar. A impaciência foi tomando conta de seu ser até perceber que nada mais importava, então resolveu desconectar-se e sair um pouco esfriar a cabeça talvez,
caminhando pela rua soprou o vento não tão forte, mas o suficiente para fazer com que um pequeno pedaço de papel que estava sobre a escrivaninha de uma casa qualquer, voasse a esmo,
sem notar, o tal papel pairou e caiu próximo ao indignado homem, uma menina que passava por perto percebeu o papel cair próximo ao homem, abaixando pegou e chamou Lucio Neto, moço, moço o senhor deixou cair esse papel pegue moço é seu.          Virando-se o homem olhou para a menina e disse; não tenho esmolas pra te dar menina cai fora.                                                   Triste e desolada a menina pois o papel no bolso e mais tarde entregou a seu pai dizendo, papai estava vindo da escola e um homem deixou cair isso tentei devolver, mas ele me mandou sair de perto dizendo que não me daria esmolas, observando o polemico pedaço de papel, o pai da inocente menina notou que se tratava de um bilhete de loteria que correria naquela tarde, o tempo passou e um belo dia retornando de um passeio ao shopping a menina pediu para que seu motorista particular parasse para dar um pacote de biscoitos de avelãs para um medindo que estava de cabeça baixa sentado na calçada.                      
Pega moço é bom pega moço, levantando a cabeça aquele pobre miserável reconheceu a menina que outrora foi ter com ele.            
Você é a mesma menina que me perturbou há algum tempo atrás não é?
Deixa-me em paz não preciso de sua esmola cai fora, some da minha frente,
Triste e decepcionada pelas atitudes daquele homem, sentiu uma lágrima rolar lentamente sobre seu rosto, então seu chofer lhe disse, não fique triste porque o mendigo te ofendeu princesinha.      
Então soluçando respondeu; não choro por isso, mas sim porque aquele pobre homem nunca quis me dar atenção quando eu só queria vê-lo bem.