Vou contar uma fita
Que aconteceu semana passada
Lá na minha quebrada,
Vou contar sobre a morte trágica
Numa festa mágica.
 
Tudo começa com o mano Zé,
Que vivia fazendo bico
Pra por sua casa em pé.
 
Tião e Zé era mó amigão,
Porque um nunca abandonava o outro
Nas missão.
 
Perto do seu aniversário,
Zé chegou pro Tião
Que nem um mercenário.
Pediu emprestada uma graninha
Pra bancar a festinha.
 
Tião era um cara firmeza,
E aceitou com certeza:
“para de se preocupar,
Fica frio que sua festa
Vou bancar”.
 
Mas Zé não descolou um serviço,
Não assumiu o compromisso
De pagar o Tião,
Que ficou boladão.
 
No dia da festa, Tião chegou
Com sua gangue
Pra cobrar o seu colega
Que não pagou.
 
Na hora do bolo
Deu mó rolo:
Ao apagar das luzes
Ouviram um estouro.
 
Quando acenderam as luzes
O pessoal da festa ficou loco
Quando viram a cara do Zé
Afundada no bolo.
 
Ele morreu com um tiro de três oitão
Da arma do Tião,
Que não aguentou tomar um balão
Do mano Zezão.
 
Naquele dia Tião e sua gangue
Sujaram com sangue
O festão do mano Zé.
 
Tião tá na cadeia por causa da grana
Que Zé não pagou pra ele no dia do festão,
Mas fica a lição:
Quanto vale a vida do seu colegão?

Primão
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