Perdôo-te pela traição que cometi

Perdôo-te pela traição que cometi

 

 
Não me recrimine,
Mas hoje sucumbi à carne
E devorei
Um corpo de aluguel.
Deliciei-me com o farnel
Que toda aquela cena
Me proporcionou:

 

 
Ela me chamou de amor,
Gemeu alto
Como quem tivesse gozado,
Acariciou meus pelos
Tal um tapete desejado
Nessas bancas de produtos importados,
Que fazem bocas salivarem.

 

 
Ahhh... ela me encheu -também de saliva
Fez-se de cativa
Aos meus caprichos
Mais animalescos.
Tascou-me um beijo
Revirando os olhos de vidro.

 

 
Disse que nunca tiva vivido
Um orgasmo como aquele!
Mas alegou não ter troco...

 

 
Acha-me louco?
Só um pouco...
Pois quem não te tem
-e eu não tenho-
Remenda os capítulos
Num trabalho ferrenho
De construir a cenografia
Que só quem conhece avalia
O que existia por detrás..

 

 
Perdoe esse homem
Que não sabe o que faz

Ogro da Fiona
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