Se sabedes novas do teu Senhor
Novas dizei-me que desespero
em ânsia e sufoco espero
quem da Galiza cavalgando
sua espada vem empunhando
a caminho do teu medo
ao teu medo vai chegando
para teu medo libertar.
Dizei-me novas do teu Senhor
que de Ulisses te vem soltar.
Novas dizei-me que mereço.
Ai amigo, eu te rogo e eu te peço
com esforço e sem tropeço
sobe ao alto da tua coragem
e na Muralha de Fernando
acrescenta pedra virada ao sul.
Porque é de lá que sopram
os ventos da desgraça!
E avista o teu Senhor
que sem loas e sem trapaça
sem nevoeiro ou fumaça
cavalgando a toda pressa
sua força te vem dar.
E teu medo e desgraça
que te põe quedo e ameaça
teu Senhor virá soltar.
Novas dizei-me do teu desnorte
do teu povo, destino e sorte
se teu protesto justo e forte
a Ulisses não chegar
se mudo e quedo se ficar.
Novas dizei-me
do teu protesto
se por má sina
e pior sorte
na praça de Ulisses
tiver morte,
e somar mor desgraça!
Porque é de lá que sopram
Os ventos da trapaça!
Novas dizei-me da tua esperança
Que ao Norte há-de chegar
Se o teu povo a Galiza encontrar
em regresso que tem ir… e nao voltar.
Porque é de lá que regressam
os ventos da bonança!
É de lá que renascem
as vozes da esperança!
Novas dizei-me do teu Senhor
Que da Galiza vem e há-de chegar!
angelino
POEMA ESCRITO PARA O LANÇAMENTO DO ROMANCE " APRONÚNCIA DO NORTE"
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