Extasias-me com a tua impoluta beleza,
Cobres-me de afeto e mostro-te o umbral,
Dos meus encrontos com esta vil tristeza,
Fazes do amor, tua fantasia de carnaval.
Sou teu arlequim neste teatro da vida,
E tu, a colombina que me conquistaste,
Talvez pierrô, por sentir tanta partida,
E um olhar tão triste que nunca notaste.
Sou canto merencório que te causas prazer,
De pelos cordões e blocos sempre a cantar,
Ironia oportuna em trazeres-me o sofrer,
Nos salões da vida, ao miserável zombar.
Confetes, serpentinas, auge de tua glória!
Os poemas de Orfeu quiseste desdenhar,
No teu canto momesco clamava a vitória,
Para quarta-feira de cinzas, tudo acabar!
Em casa
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença